sexta-feira, 29 de agosto de 2008


«A PISTOLA BERETTA PX4 compacta é um pouco maior do que um telemóvel, pesa cerca de 700 gramas e é capaz de disparar dez tiros. Pequena, leve, incapaz de deixar uma marca visível no bolso de quem a carrega, o pequeno calibre tem uma enorme vantagem: em vez de atravessar o corpo da vítima, a bala vai batendo nos ossos e rebentando tudo o que encontra na sua trajectória.»


O Vencedor Está Só, Paulo Coelho, Editora Pergaminho, Lisboa, 2008, pág. 13
24 horas de terror e emoção em Cannes!


O novo livro de Paulo Coelho chega a Portugal no dia 12 de Setembro e promete surpreender os leitores portugueses. O Vencedor Está Só é um thriller emocionante sobre o mundo glamoroso da moda, com o Festival de Cannes como pano de fundo.

3 Perguntas para Paulo Coelho

O livro O Vencedor Está Só passa-se no mundo das celebridades, onde todos querem ser vencedores. Porque é que no título destaca uma parte pouco óbvia da vitória?

A ideia do vencedor está associada, sobretudo, ao facto de ser amado e de estar em contacto com toda a gente. No fundo, qualquer pessoa quer ser querida. À medida que vai galgando os degraus da fama, a pessoa vai percebendo que existe, sempre, uma contrapartida para o seu desejo, que é a seguinte: sim, você está a conseguir mas, ao mesmo tempo, todos aqueles que não conseguiram o consideram, por um lado, uma pessoa fascinante,por outro lado, vêem-no com uma certa amargura. Acho que o exemplo mais clássico que nós temos é o de Jesus, que é recebido com glória no domingo, cercado de gente que canta «Hosana», e, na quarta-feira, esse mesmo público que o recebeu no domingo está a condená-lo à morte. O livro versa muito sobre este tema: como as massas são, de alguma maneira, facilmente guiadas e dirigidas. E a primeira coisa que um indivíduo experimenta como líder, vencedor ou pessoa que chegou ao topo é uma profunda solidão.


Em que medida é que tudo isto diz respeito à sua própria carreira internacional?

Eu tenho uma carreira bastante atípica, sou uma pessoa muito acessível, que sai e conversa com os leitores. Acho que a fama me permitiu abrir portas, e não fechá-las. Acontece, às vezes, a pessoa estar rodeada por mil pessoas durante o dia e, à noite, estar sozinho, a ler no quarto de hotel. Mas não é muito frequente, porque opteipor um caminho diferente, que é o do contacto que, aliás, é a matéria-prima do meu trabalho de escrita. Eu tenho uma grande admiração por Proust, por Joyce e por escritores que elegeram, digamos assim, a sua viagem interior. Mas não é o meu caso. No elenco dos meus escritores encontra-se Henry Miller, William Blake, enfim, pessoas que escolheram o contacto, com uma excepção, que é o Jorge Luis Borges, que era extremamente solitário. Dito isto, eu percebo – porque convivo com muita gente que chegou onde muitos sonharam chegar – que exista sempreaquela sensação curiosa de que «ninguém me ama». Uma vez, quando estava sentado numa mesa de um barcom uma cantora famosíssima, ela disse-me: «Paulo, acho que as pessoas me odeiam.» Eu disse-lhe que não era possível, que ela estava no topo da sua carreira de sucesso, era amada. Mas ela achava que não.


Em O Vencedor Está Só, o que é que viu e o que é que teve de pesquisar?

Basicamente, eu vi tudo. Aos poucos descobri que, no mundo da moda, tudo é controlado pelos Estúdiosde Tendências, as grandes empresas que enviam pessoas para o mundo inteiro, para observarem as discotecas, as ruas, para tomarem notas... E chega uma altura em que dizem: Reparem, agora a tendência vai ser a água. As pessoas já passaram a fase de salvar o planeta, do aquecimento global e agora estão mais na fase «Vai faltar a água». Então, a pessoa pergunta-se: quem foi o primeiro indivíduo que teve a ideia de vender água? E quem foi o primeiro que teve a ideia de vender um terreno? E quem foi o primeiro que resolveu comprar e aceitar que aquilo era uma verdade? Portanto, um indivíduo apercebe-se de que existe um Estúdio de Tendência. A partir desse momento, claro, eu quero saber o que isso é. E, nessa altura, sim, tenho de pesquisar e conversar com as pessoas do meio, que sempre me deram pistas, mas sem saberem que eram pistas. Eu conversei, por exemplo, com um amigo meu que é detective sobre assassinos em série e com outro amigo que é médico, especializado em situações de emergência, e descobri que muitas das emergências são casos de envenenamento. Em seguida, conversei com modelos, usei os contactos que tinha no meio, falei com pessoas em festas. Quando chegou a Semana da Moda, disse: também vou participar. Fui a vários desfiles. Já tinha ido a Cannes antes e ficado surpreendido por não ser verdadeiramente um festival de cinema, ou seja, ninguém se lembra do filme que ganhou, mas toda a gente se lembra que houve uma determinada festa. Portanto, no fundo, a pesquisa vem dos contactos que se tem. Uma pessoa dá-nos o fio de Ariadne, nós vamos seguindo o fio e chegamos onde queremos. Eu acho que, para quem não está inserido no mundo da moda, este livro é uma surpresa.


100 MILHÕES DE LIVROS VENDIDOS EM TODO O MUNDO,MAIS DE DOIS MILHÕES E MEIO SÓ EM PORTUGAL

A OBRA DE PAULO COELHO TEM 100 MILHÕES DE EXEMPLARES vendidos em mais de 160 países. Até agora, foram publicadas 455 traduções dos livros do autor, em 67 idiomas. Os seus romances estão nas listas de best-sellers do mundo inteiro. O Guinness Book 2009 acaba de anunciar que Paulo Coelho é o autor vivo mais traduzido da História, cabendo a William Shakespeare o recorde domaior número de traduções. O Vencedor Está Só, que a Pergaminho publica em Setembro de 2008, é o 12.º romance de Paulo Coelho. Paulo Coelho é um fenómeno que muitos já tentaram e tentam explicar. Para alguns, é um alquimista da linguagem; para outros, um fenómeno da cultura de massas. O seu sucesso é tão grande que ele se tornou algo mais do que um simples autor. É algo único e fascinante. O mago é lido em todas as partes do mundo, inclusive por pessoas que não têm interesse noutros livros ou que não têm tempo para ler. Há uma fotografia de Bill Clinton, durante o seu primeiro mandato como presidente dos Estados Unidos, em que este aparece no jardim da Casa Branca com um romance de Paulo Coelho na mão. O jogador de futebol Ronaldo, a actriz Julia Roberts e as cantoras Madonna e Sinéad O’Connor são apenas quatro entre os inúmeros leitores fervorosos do autor. Qual é o segredo do sucesso dos livros que Paulo Coelho escreveu nas últimas décadas? É que, ainda que escreva a partir da necessidade de se entender e de compreender a sua própria vida, Paulo Coelho consegue alcançar os corações de milhões de pessoas que, por mais diferentes que sejam, colocam a si próprias as mesmas perguntas que ele. «Mesmo que não partilhemos as mesmas respostas», diz o autor. Os fãs e seguidores de Paulo Coelho admiram-no pela consciência que tem dos problemas do mundo, pela sua espiritualidade, pela sua integridade, pela sua sabedoria e, sobretudo, pela sua capacidade de falar com todos.

GUINNESS BOOK 2009 : PAULO COELHO É O AUTOR VIVO MAIS TRADUZIDO DA HISTÓRIA

INSTITUTO PAULO COELHO

O INSTITUTO PAULO COELHO – FUNDADO PELO ESCRITOR E A SUA MULHER, Christina Oiticica – é uma organização sem fins lucrativos, financiada exclusivamente com os direitos autorais recebidos por Paulo Coelho. A sua missão não é fazer caridade, mas sim oferecer apoio e dar oportunidades às comunidades desfavorecidas e excluídas da sociedade brasileira, especialmente a crianças, a idosos e a deficientes mentais. Actualmente, o instituto oferece apoio económico a vários projectos sociais, entre os quais se destacam a Creche-Escola Meninos da Luz, Lar Paulo de Tarso, na favela Pavão-Pavãozinho (RJ), que cuida de 430 crianças. Em 1996, prestava cuidados a 80 crianças e, agora, o objectivo é crescer de modo que possa apoiar 800.

PARA OBTER MAIS INFORMAÇÕES:Creche-Escola Meninos da Luz, Lar Paulo de TarsoEndereço: Rua Saint Romain, 136 Rio de Janeiro RJ Brasil 22071-060Contactos: Isabella de Moraes ou Yolanda de Moraes RegoTel.: 0055 21 2522-9524 2247-0810 2247-8145 E-mail: isabella@meninosdeluz.org.br