segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Sites do Grupo Pergaminho ultrapassam a marca dos 20 000 visitantes em Novembro!

Disponibilizados ao público em Maio, os sites do Grupo Pergaminho SA, constituidos pela pergaminho.pt, bicodepena.pt, gestaoplusedicoes.pt, arteplural.pt e oquintoseloedicoes.pt, têm crescido em número de visitantes ao longo dos meses. Em Novembro, as visitas bateram todos os recordes, atingindo a marca dos 20 000. Com uma média de 800 visitas diárias, esperamos crescer em 2008 para uma média de 1000. Mas nada disto seria possível sem a contribuição fundamental dos nossos leitores que diariamente consultam os nossos sites. A Pergaminho agradece e deseja um feliz Natal e um bom Ano Novo para todos!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Paulo Coelho, Embaixador Europeu para o Diálogo

Em Outubro deste ano, o escritor Paulo Coelho foi nomeado Embaixador Europeu para o Diálogo Intercultural. A 4 de Dezembro fez o discurso de abertura na conferência de imprensa que lança o Ano Europeu do Diálogo Intercultural (2008). O evento teve lugar em Bruxelas, na sede da Comissão Europeia.
Para o escritor, o diálogo intercultural é um instrumento que pode ajudar os cidadãos europeus e todos os habitantes do espaço europeu a adquirirem conhecimento e capacidades para conviver num ambiente mais aberto e culturalmente rico, respeitando a diversidade cultural e os valores humanos que todos partilhamos.


Transcrição do Discurso de Paulo Coelho

Senhoras e senhores,
Estimado Senhor Comissário Jan Figel,
Estimados Senhores Embaixadores,

Como crescem as sociedades e as culturas? Como crescem as pessoas?
Como poderão os membros de uma sociedade e de uma cultura desenvolver-se e reavaliar os seus valores sem a cultura para lhes servir de espelho, de parceiro e até de professor? É difícil imaginar.
Uma sociedade sem interacção acaba por se isolar ou até, por assim dizer, por morrer. São o encontro e o diálogo com os outros que enriquecem e desafiam as nossas crenças e opiniões. Estes encontros permitem-nos crescer.
Hoje em dia, o mundo é mais pequeno e, no entanto, também se expandiu de vários modos. É corrente chamar-lhe «aldeia global». Vejo-me hoje, um cidadão brasileiro a fazer um discurso no edifício Berlaymont em Bruxelas, na companhia de embaixadores europeus de países tão diferentes, e parece-me ser a designação correcta – uma designação maravilhosa, se me permitem.
Embora tenhamos a sorte de desfrutar de todas as vantagens da vida numa aldeia global, devemos ainda lembrar-nos de que embora as nossas culturas sejam muito diferentes na forma como se manifestam, partilham, ainda assim, os mesmos valores. O diálogo intercultural tornou-se um elemento fundamental da nossa vida diária – não por sermos semelhantes, mas porque a arte permite a interacção entre pessoas diferentes. Quando vemos pontes importantes a desabar – pontes políticas, económicas e religiosas –, temos ainda a cultura para ajudar à compreensão.
A própria União Europeia tem assistido a mudanças que trouxeram consigo novos amigos, mas também novos desafios – o acréscimo de novos estados-membros, a migração no espaço europeu, a interacção com novas culturas dentro e fora da União Europeia. Estes desenvolvimentos tornaram o diálogo entre diferentes culturas, dentro do espaço europeu, mais importante do que nunca.
É por isso que nos reunimos aqui, hoje, para lançar o Ano Europeu do Diálogo Intercultural (2008), cujo objectivo é: promover o diálogo cultural como instrumento para auxiliar todos os cidadãos europeus e todos os habitantes do espaço europeu a adquirirem os conhecimentos e competências que lhes permitirão lidar com um ambiente cultural mais complexo e aberto; alertar a Europa para a importância do desenvolvimento de uma cidadania europeia activa, aberta ao mundo, tolerante relativamente à diversidade cultural e baseada em valores comuns; e especialmente encorajar os jovens cidadãos europeus a participarem activamente no diálogo com outras culturas, dentro e fora da União Europeia.
Eu e os meus estimados colegas embaixadores europeus estamos aqui presentes, hoje, para dar o rosto a esta maravilhosa iniciativa e para apoiá-la com a nossa experiência de viver em diferentes sociedades e de revelar a nossa cultura ao mundo. Não podemos esquecer que as pessoas são a força motriz, a essência da vida, o coração da cultura. Têm o poder de a fazer crescer e de a abrir a novos impulsos, novas perspectivas e, em última análise, a novos amigos. Porque o «outro» pode sempre tornar-se um amigo querido, quando aprendemos a aceitar as diferenças.
Muito obrigado.